Dioramas de Vida

Procurar a perfeição na imperfeição. Talvez esse seja o principal combustível dos dioramas criados. O que é considerado degradação – pó, ferrugem, mofo, tinta descascada, objetos quebrados, papeis velhos – representa vida. São sinais da passagem do tempo, da transitoriedade, do movimento. O desafio não é apenas recriar e criar manualmente de forma hiper-realista cenários e locais reais ou fictícios em escala. É imortalizar situações. Mais do que um prédio, um carro ou uma rua, é uma história. Embora não use figuras humanas nos trabalhos, cada item é resultado ou traz indícios da existência e da atividade humana. A ideia é que sejam projetos abertos, para que uma nova narrativa seja elaborada toda vez que são observados. Os detalhes e tamanho das esculturas obrigam um olhar minucioso das pistas deixadas pelo artista, mas, no fim, é a imaginação de cada um que ocupa o espaço. É assim que o abandono ganha vida. “Lockdown” (escala 1:12) foi criado durante a pandemia de Covid no momento em que a vacinação chegava como um sopro de esperança para a humanidade. É um grito de desabafo, colocando em confinamento o que nos isolou do mundo. Pela janela, a vida finalmente é retomada. No “Happy Forever” (escala 1:24), um ícone da sociedade ocidental habita um mundo distópico. Inspirado em uma ilustração do artista tcheco Filip Hodas, a escala do cenário foi reduzida para provocar uma perspectiva diferente. A obra “Dad’s Auto Body” (escala 1:24) traz uma cena urbana da década de 30. Construído em 3 meses em homenagem ao meu pai, há mais de vinte itens no projeto em que o Ford Model Coupe, ícone automotivo dos anos 1930, é o protagonista. 

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Lockdown

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Happy Forever

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Dad’s Auto Body

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