Quantas vezes eu tive medo de quem eu sou? E quantas vezes eu me perguntei quem sou? Qual a arte que eu faço? Como a faço? Para quem a faço? Existe um prazer enorme em repetir uma ação, Performers são artistas da repetição do feito, do não feito e e do desfeito, onde quer que exista uma luz, expandiremos a iluminação. Onde não exista a luz, dançar-se-á no escuro, e do que será feito o medo? Qual será gosto que ele tem? Quantas são as palavras que podem cortar mais que uma faca amolada? Quantas são as pessoas que podem te cortar com uma faca amolada? Nos encontramos no espaço do simbólico e criamos um símbolo para vida . Quem tem uma moeda ajuda aos pobres. Ajuda aos pobres. Ajuda? E quem são os donos da moeda? Uma moeda aquecida queima a pele? ARTISTAS SÃO CIENTISTAS DE ACASO. ARTISTAS SÃO CIENTISTAS DE ACASO. ARTISTAS SÃO CIENTISTAS DE ACASO.
O material da nossa experiência é o corpo e as suas reverberações. Eu sou um pouquinho do público que há em mim, mas por vezes eu sou tudo, eu sou todo o público, as suas limitações, suas fraquezas, seus erros, suas angústias. Para mim a personalidade do artista só é completa quando existe o público, o público pode dar sentido ou destruir uma ação. Precisamos pensar nos possíveis finais e fins. O que já está acabado e o que ainda existe? O que está próximo do fim? O fim não é só um fim apocalíptico, mas um fim que está próximo e é localizado. Quantas são as pessoas próximas da gente que passam fome todos os dias? Quantas não são as que têm crises de ansiedade? Quantas morrem sem que a gente nem consiga se despedir? A verdade é que: quem se matou, foi morto por algo. Esse algo distante e quase existente. Quais são as cobranças que matam a cada dia mais um pouco de você? O fim já chegou e continuamos pensando que ele está próximo porque ainda não chegou. Mas ele está ao seu lado. O fim está bem próximo e é uma placa de uma pessoa com uma roupa amarela, mas também é um grito, também é um pedido de socorro! PAREM E OLHEM! Parem e se olhem! Cada dia mais a relação entre seres humanos torna-se instável e imediatista, precisamos regredir e voltar às origens, o único modelo de sociedade possível para o sustento das relações humanas de forma viável é dos povos tradicionais, não temos muito o que aprender, mas muito o que reaprender. Pessoas não podem ser números, pessoas não podem ser valores monetários.
ECKXS é uma artista de performance que trabalha com as relações humanas e suas teias, utilizando seu corpo como tela. Suas performances exploram os limites do corpo e a linha entre vida e a morte. Durante suas performances, já dançou em cima de pregos; já os engoliu; retirou sangue do próprio corpo com seringas no videoarte “EU” e já queimou duas mãos inteiras. Em uma performance na qual fazia crítica ao funcionamento das polícias no Brasil, esteve em frente à uma delegacia com um cartaz escrito “Eu não tenho medo de ninguém”. Além de já ter ficado em pé, imóvel e sem comer ou beber água na frente de um espelho por 3 dias. .
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