Atividade faz parte do programa Digaê! – Juventudes, Comunicação e Cidade, realizado pelo ONU-Habitat em parceria com o Governo de Alagoas.
Programa é voltado para as juventudes das grotas de Maceió, assentamentos precários localizados em fundos de vales.
Durante a imersão em audiovisual, as juventudes aprendem técnicas de fotografia, vídeo, produção de roteiro, entre outros conteúdos.
“É sempre uma experiência muito boa ver todo mundo se mobilizando junto, aprendendo junto, ainda mais na minha quebrada”. É assim que a estudante Maria Victória, ou Mavi, de 22 anos, resume o processo de produção audiovisual que vem sendo realizado nas grotas de Maceió. Durante o mês de março, ela e outros 40 jovens estiveram em campo, munidos de câmeras e gravadores, para partilhar de uma missão em comum: documentar memórias e diferentes narrativas nas periferias da capital alagoana.
A atividade integra o programa Digaê! – Juventudes, Comunicação e Cidade, desenvolvido pelo Programa das Nações Unidas para os Assentamentos Humanos (ONU-Habitat), em parceria com o Governo de Alagoas, o Instituto Pólis e a Viração Educomunicação. Voltada para jovens das grotas, a iniciativa oferece uma formação em técnicas de comunicação e mobilização social a partir da temática do direito à cidade.
“A Grota do Cigano é um lugar que eu moro há muito tempo, mas por conta da rotina eu não tenho esse olhar mais aproximado que o programa faz a gente ter. É muito bom também porque podemos conhecer pessoas da comunidade, como as que a gente entrevistou. Gosto muito de gravar pessoas, amo essa parte de gravação e da ideia de dirigir as coisas. A gente fica um pouco confuso no começo, mas no final tudo se encaixa.” – Maria Victória, participante do Digaê!
Durante a etapa da imersão em audiovisual, as juventudes têm contato com técnicas de fotografia e vídeo, produção de roteiro, entre outros conteúdos. Depois de registrado, o material produzido pelos grupos fará parte de uma coletânea de memórias e narrativas das grotas.
“O audiovisual hoje já está na nossa vida, já está conectado com os jovens. A formação, na verdade, tem o objetivo de capacitá-los a fazer melhor o que eles já conhecem. No Digaê, a gente é convidado a falar sobre o nosso território, sobre as memórias, sobre como é ser um jovem dentro de uma periferia, então eu acho que eles se sentem empoderados a partir da técnica. Quando eu domino a técnica, eu consigo fazer, com qualquer ferramenta, que a minha história seja contada”, pontua a oficineira de audiovisual do Digaê, Maysa Reis.
Conhecido nas rodas de rima de Maceió como Magroid, Lucas Santos conta que sonha em ser diretor de cinema, é fascinado por filmes e séries e, por isso, sempre quis saber como é o processo de produção audiovisual. O programa, segundo ele, veio como uma oportunidade para concretizar essa vontade.
“Meu primeiro contato (com audiovisual) foi através de um clipe que eu editei para o meu coletivo. A partir daquele momento, eu fiquei impressionado e interessado nessa parte da arte que é o audiovisual, que é a minha visão, né? A oficina do Digaê foi muito boa porque uma coisa é você ver ali, né, outra coisa é você fazer. Dá mais “instiga”. Foi emocionante porque eu estava exercendo uma coisa que eu quero ser muito. Eu pude sentir um pouquinho do que é ser isso, do que é dirigir uma imagem, focar, botar na tela o que tá na sua mente.” – Lucas Santos, o Magroid, participante do Digaê!
Na fase final das formações, os jovens também vão receber mentorias para elaborar projetos comunitários no campo da comunicação, conectados com a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável e a Nova Agenda Urbana. O intuito é incentivar a criação de coletivos de comunicação comunitária e estimular que as juventudes continuem construindo outras narrativas sobre seus territórios.
Para saber mais sobre o Digaê!, assista o vídeo do ONU-Habitat e acesse a página do projeto.
Artigo Publicado Originalmente na página da ONU Brasil no dia 24/03/2023
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