Em trânsito por um território de fronteiras movediças (o visual e o literário), tenho investigado as convergências entre o ver e ler. Muitas perguntas se levantam das relações entre a palavra e a imagem. Existiria um ponto de imersão indistinguível, onde os domínios do verbal e do visual não podem mais ser demarcados? Qual seria o papel da imaginação a partir dessa conjunção entre leitura e visualização?
A montagem, como percebida por Serguei Eisenstein, tem seus princípios como passíveis de estudo e aplicação por todas as artes. Além disso, é um procedimento – ou modo de pensar as imagens e as palavras – muito próximo da colagem. A combinação é uma etapa do fazer que se estende à leitura, permitindo que as relações entre as partes e o todo fundem certa gramática particular. Isso vale para o artista que compõe no idioma da montagem/colagem, mas também para o leitor/espectador que assimila o lido e o visto como uma criação interna, ou seja, traduz os elementos em imagens da imaginação.
Em termos formais, os meus trabalhos exploram o papel dos elementos visuais na composição de uma cena na potencialização de um sentido, de um estado de espírito ou de uma impressão particular. A cor, mas também a textura, assim como as sombras, a tipografia, a imagem fotográfica e os objetos, condensam-se com as construções literárias. Imagem verbal e imagem física perpassam, em retroalimentação, as problemáticas do tempo e do espaço, do transcorrer e do percorrer. Como tema, tenho circunscrito as cenas melancólicas e horroríficas, puxando um fio condutor que vem das fábulas, a fim de testar as possibilidades poéticas e imaginativas da montagem como procedimento ao mesmo tempo plástico e conceitual.
Léo Tavares é nascido em São Gabriel, no Rio Grande do Sul, vive e trabalha no Distrito Federal. É Doutor em Artes Visuais pela Universidade de Brasília. Pesquisa a relação entre a palavra e a imagem. Participou de mostras coletivas no Brasil, em Portugal e na Espanha, e realizou as exposições individuais Não só com as imagens (Aliança Francesa, Brasília, 2018), Jogo de Evocação (Espaço Sala de Estar, Cidade do Porto, 2017) e Narrativas Fronteiriças (Galeria de Bolso da Casa da Cultura da América Latina, Brasília, 2016). É autor dos livros de contos O Congresso da Melancolia (Urutau, 2021), Ruibarbo do deserto (Patuá, 2019) e Os Doentes em Torno da Caixa de Mesmer (Modelo de Nuvem, 2014), prêmio Contista Estreante, pela FestiPoa Literária, de Porto Alegre.
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